A palavra DESINVERSÃO embora não exista no vocabulário, tem um forte significado, pois fazem 20 anos que eu e a Sonia DECIDIMOS entregar nossas vidas a missões mundiais. Foi na 13° convenção missionária de nossa igreja. Estávamos desesperados para ir ao campo e fazer missões, mas nosso pastor (Edison Queiroz) sempre pregava: “nós não enviaremos missionários ao campo se primeiro não derem frutos na igreja local, conforme Atos 1:8”, então….. outra DECISÃO, vamos servir aqui primeiro. Fomos até o pastor lamentarmo-nos que em nossa cidade não havia nenhuma congregação para mostrarmos nosso trabalho, pois nossa igreja local era muito grande e muito competida (por volta de 2.000 pessoas), então o pastor nos fez um desafio: “começa uma igreja lá em sua cidade, irmão!!!” Olhei para Sonia e…. DECIDIMOS. Foram 4 anos de trabalho muito abençoado com milagres, conversões, curas e a igreja cresceu…. de repente, me vi em um laço maligno que alguns pastores caem: sempre preguei que o pastor tem que ser primeiro pastor de sua casa e depois sim da igreja, pois se o pastor não conduzir bem sua casa, como conduzirá a igreja? E eu mesmo estava gastando meu tempo mais com a igreja e meu trabalho que com a família que foi pra o final da fila. Foi a partir de então que DECIDI orar por 30 dias com oferecendo ao Senhor 2 opções: se o Senhor me quisesse 100% como pastor (eu fecharia a marcenaria) ou se ele me quisesse 100% como empresário, (solicitaria a igreja mãe um outro pastor para me substituir). A resposta veio (Ninguém acreditou, nem eu.). Deus me queria naquele momento apenas como empresário, informei a igreja, deixando a disposição o cargo. Logo veio um novo pastor e assumiu em meu lugar. Mas foi por esta louca DECISÃO que através de meu trabalho profissional, do nada me tornei empresário na indústria moveleira.
Trabalhei poucos anos e já me encontrava no auge do sucesso com uma prospera carreira no ramo moveleiro, era fundador proprietário da Marcenaria Afinidades, que com certeza foi o veículo que o Senhor usou pra me abençoar, só que quando percebi, me vi preso a ARMADILHA DO SISTEMA: “TRABALHAR TANTO PELA FAMILIA QUE A ESTAVA DEIXANDO POR CAUSA DO TRABALHO”, a inversão de valores era tanta que minha família ficou no final da lista de prioridades novamente, sendo que os compromissos e ganância para ganhar-se sempre mais e estar sempre superando-se financeiramente levava-me a um envolvimento cada vez maior no trabalho, com horas alem do período, finais de semana e feriados trabalhados, etc… é assim que me encontrava.
O que significa valor para nossa sociedade? O que me impressiona é que: “Um pai de família trabalha com a expectativa de usar melhor seu esforço e trazer um melhor conforto ao seu lar, e termina por tornar-se escravo do trabalho que lhe rouba todo o tempo. Saiu para trabalhar para abençoar a família e deixou a família por causa do trabalho. O tempo que poderia e deveria gastar com a família, gasta com o trabalho, e a família ao invés de ver o pai em casa, fica a ver navios, pois o pouco tempo que o pai passa com a família, passa com muito stress ”. ”Antes eram senhores de seu dinheiro, agora se tornaram escravos do dinheiro. O dinheiro dominou suas vidas e seu tempo sem que percebessem, de maneira que nunca se fartam do mesmo, nunca há um BASTA.” Que estrutura familiar tem alguém nestas condições? Como fica sua mente? São valores invertidos como este que me prenderam no passado, até que um dia Deus fez-me perceber o erro em tempo para DESINVERTER a situação.
Foi então que DECIDI (junto com a Sonia, claro) vender a empresa. Começamos a orar com este propósito pedindo a direção ao Senhor, assim poderíamos procurar um local mais tranqüilo para viver e criar nossos filhos, além de sobrar mais tempo para dedicarmos um ao outro.
Pronto, a confusão estava armada, pois toda vez que DECIDE-SE algo bom, forma-se um campo de batalha na vida das pessoas, talvez seja algum tipo de “imposto espiritual” que temos que pagar. E assim foram 3 anos orando constantemente e nada acontecia. Eu ligava para os corretores e eles nem sequer vinham conhecer a empresa, pois afirmavam que marcenaria é um negócio invendável. Que motivação pra venda, hein ?!?! Minha esposa me disse várias vezes, vamos fechar, eu teimava com ela: Não! …. Vamos Vender. Até que em uma noite de sexta feira do mês de janeiro de 2000, DECIDIMOS pedir uma pizza e chamar um casal de amigos que pertenciam ao grupo de intercessão de nossa igreja para compartilharmos o pão. No final da noite antes de se irem embora eu apelei a eles que orassem pela venda da marcenaria, pois eu já estava no limite também. O irmão orou ao Senhor assim: “Deus, teu servo Edson pede esta benção, dê a ele senhor o quanto antes, pois para o Senhor um dia é como mil anos e mil anos são como um dia, mas para ele que tem uma vida curta, de que adiantaria o Senhor dar esta benção quando ele for velho?”. Incrível, funcionou. No dia seguinte sábado, um casal, que nunca havia passado naquela rua, e nem conhecia nossa loja, vendo-a aproveitou para entrar e fazer um orçamento de armários planejados. Enquanto o vendedor fazia o orçamento, o marido olhando a loja e a marcenaria e perguntou: “Será que o dono desta empresa não a venderia para mim?” Trinta dias depois este homem comprou minha empresa. Percebi a benção entendendo que Deus confirmou minha DECISÃO de DESINVERSÃO. Mudamos para Peruíbe, foi ótimo!
Antes que este ano se acabe desejo tomar outra DECISÃO, a de informar ao meus famíliares que quando todos sentarmos a mesa em família, os celulares deverão ser desligados, pois o nosso arquiinimigo usa esta hora tão importante de nossas vidas e transforma a comunhão e comunicação que deveríamos ter uns com os outros em algo tão banal como atender celulares tocando o tempo todo. E aí um fica mostrando o celular ao outro, outro fica olhando as mensagens que chegam a toda hora, outro usa o celular para jogar, Bluetooth, etc, etc. E assim, o que deveria ser uma benção para nós, (o celular), termina invertendo-se e sendo um tropeço virando uma ARMADILHA DO SISTEMA… Ué !! ARMADILHA DO SISTEMA?!?!? Já não falei disso antes?!?! Será que vou repetir tudo de novo? Pois é, devemos estar sempre vigilantes para perceber o que está fora dos valores e princípios de Deus e DECIDIR retornar aos princípios.
E assim continuaremos DECIDINDO até que alguém que é infinitamente superior a nós DECIDA o momento de vir nos buscar, talvez com a frase, “Vamos…. sua casinha já está pronta.”
Sugiro que neste natal possamos sentar a mesa e cear (sem os celulares, é claro), compartilhando juntos as DECISÕES de família e o rumo que cada um de nós tomaremos coletiva e individualmente no ano vindouro.
Boas DECISÕES E DESINVERSÕES para 2010.
ALGUMAS DECISÕES IMPORTANTES DE MINHA VIDA.
1985 – DECIDI aceitar Jesus como meu Senhor e Salvador.
1986 – DECIDI casar-me com a Sonia.
1988 – O Senhor DECIDIU nos dar o Junior.
1990 – O Senhor DECIDIU nos dar o Edu.
1997 – O Senhor DECIDIU nos dar o Rick.
2008 – Decidimos a Livraria Afinidades
2009 – Decidimos o Jornal Afinidades
2010 – Televisão