“Eu sou o Senhor; esse é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor. (Isaías 42:8)

Em oposição à teologia romana da Idade Média, uma das bandeiras dos reformadores era uma defesa dos dois primeiros mandamentos. Diante da veneração aos santos, às relíquias e aos padroeiros, eles defenderam corajosamente que somente Deus é digno de glória. Existem também, formas evangélicas de canonização e endeusamento de pessoas e precisamos nos posicionar diante desse fenômeno pós-moderno com sabedoria e firmeza.

A adoração só é devida a Deus. Devemos nos lembrar disso não apenas quando somos convidados a agir de modo errado e nos curvar diante de uma imagem e oferecer orações a ela, mas também quando somos tentados a adorar as modernas “relíquias evangélicas” e a ter pelos líderes religiosos uma consideração muito maior do que a que é devida.

No mundo evangélico, uma imensa multidão de pessoas tem sido atraída por pastores que agem como heróis religiosos, canalizando para si mesmos uma atenção que deveria ser direcionada a Jesus, o único Salvador e Cabeça da igreja. Nesses movimentos, o líder se apresenta como revestido de autoridade espiritual máxima, pronto para solucionar problemas, curar enfermos, expulsar legiões de demônios, dar ordens e receber recompensas em nome de Cristo.

Outro problema visto nesses grupos evangélicos é o uso de “relíquias evangélicas”: copo de água em cima do rádio, toalhinha santa, sal grosso, rosa ungida, etc. Tudo isso são relíquias modernas que chamam para si uma atenção que só devia ser dada a Cristo. Quem cura e abençoa conforme a sua vontade soberana é Jesus Cristo, o único Mediador da nova aliança, o único Salvador, o único Autor da vida.

Deus escolheu seu povo para sua glória (Ef 1.4-6; cf. v. 12 e 14); nos criou para a sua glória (Is 43.6-7); chamou Israel para a sua glória (Is 49.3; Jr 13.11). Resgatou Israel do Egito para a sua glória (Sl 106.7-8); levantou Faraó para mostrar seu próprio poder e glorificar seu próprio nome (Rm 9.17); derrotou Faraó no Mar Vermelho para mostrar a sua glória (Êx 14.4,17-18). Poupou Israel no deserto para a glória do seu nome; (Ez 20.14); deu a Israel a vitória em Canaã para a glória do seu nome (2Sm 7.23); não desamparou o seu povo para a glória do seu nome (1Sm 12.20-22). Restaurou Israel do exílio para a glória do seu nome (Ez 36.22-23,32).

O Senhor Jesus buscou a glória de seu Pai em tudo o que fez (Jo 7.18); ensinou-nos a fazer boas obras para glorificarmos a Deus (Mt 5.16; cf. 1Pe 2.12); advertiu que não buscar a glória de Deus torna a fé impossível (Jo 5.44); responde às orações para que Deus seja glorificado (Jo 14.13); suportou sofrimentos até o último momento para a glória de Deus (Jo 12. 27-28; Jo 17.1; cf. 13.31-32). O Senhor ofereceu seu Filho para vindicar a glória da sua justiça (Rm 3.25-26); perdoou nossos pecados por amor de si (Is 43.25); Jesus recebe-nos em sua comunhão para a glória de Deus (Rm 15.7); o ministério do Espírito Santo é glorificar o Filho de Deus (Jo 16.14); Deus instrui-nos a fazer todas as coisas para a sua glória (1Co 10.31; cf. 6.20); Deus instrui-nos a servir de maneira que ele seja glorificado (1Pe 4.11); Jesus enche-nos com os frutos da justiça para a glória de Deus (Fp 1.9, 11). Todos estão sob julgamento por desonrarem a glória de Deus (Rm 1.22-23; 3.23); Jesus voltará para a glória de Deus (2Ts 1.9-10); O desejo de Jesus é que na eternidade, o seu povo se alegre em sua companhia contemplando a sua glória (Jo 17.24). Mesmo na ira, o propósito de Deus é fazer conhecida a riqueza da sua glória (Rm 9.22-23); o plano de Deus é encher a terra com o conhecimento de sua glória (Hc 2.14). Todas as coisas que acontecem redundam na glória de Deus (Rm 11.36). Na Nova Jerusalém, a glória de Deus substitui o sol (Ap 21.23). Glória somente a Deus!

Jefferson Martins – Pastor da Igreja Evangélica de Peruíbe

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