“Busquem e encontrarão…” (Mt 7:7)

Todos nós perdemos alguma coisa de vez em quando. Algumas delas não têm muito valor. Outras têm muito ou imenso valor. Não sabemos onde as deixamos nem onde procurá-las. E elas nos fazem muita falta. Bem que gostaríamos de reavê-las!

Há exemplos dramáticos de perdas significativas na história bíblica. Uma delas é a derrocada do poderoso rei da Babilônia. De uma hora para outra ele zerou. Seu esplendor, seu fausto, sua majestade, sua soberba foram derrubados e lançados na cova, no além, no abismo mais profundo. Todos os que estavam no mundo dos mortos disseram-lhe: “Agora você não é nada, como nós! Sinta-se em casa conosco, os mortos!” (Is 14.10, AM).

Que tal parar um pouco para fazer uma relação de valores ou coisas perdidas em diferentes áreas da vida ao longo dos últimos anos?

Na área física, alguns de nós perdemos a saúde, o vigor, a disposição, a audição, a visão, a memória, algum órgão do corpo (os ovários, a próstata, a vesícula, o rim, o baço) ou parte dele (o seio, a perna, a mão).

Na área emocional, alguns de nós perdemos a vontade e a alegria de viver, a autoestima, a sensação de segurança, a paz interior, o entusiasmo pela vida.

Na área comportamental, alguns de nós perdemos a inocência, o escrúpulo, o juízo, o caráter, a vergonha, a pureza, o bom nome.

Na área profissional, alguns de nós perdemos a promoção, as oportunidades, os ganhos, a capacidade de trabalhar, os prêmios, o emprego.

Na área transcendental — o que é mais sério — alguns de nós perdemos o hábito de ler a Bíblia e orar, o costume de participar do culto, a sensibilidade, o caminho da fé, o discernimento espiritual, a comunhão com Deus, as certezas, as convicções, a esperança da ressurreição, o temor do Senhor, a vontade de andar no Espírito, e não na carne, o ardor missionário, o prazer de contribuir, a comunhão congregacional.

De fato há coisas irremediavelmente perdidas e há coisas que podem ser achadas. Destas, algumas podem ser recuperadas logo, sem perda de tempo. Outras podem ser demoradamente recuperáveis. Ainda há aquelas que, pela soberania de Deus e por sua maravilhosa graça, podem ser surpreendentemente reavidas, sem deixar de lado o querer e a tenacidade daqueles que buscam.

Jesus nos ensina a valorizar e a buscar até achar as coisas perdidas, por meio das parábolas da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho perdido (capítulo 15 de Lucas). Na primeira, um pastor tem cem ovelhas e uma delas se perde (1%); na segunda, uma mulher tem dez moedas e uma se perde (10%); na última, um pai tem dois filhos e um se perde (50%). As três coisas perdidas são encontradas depois de uma incansável busca. (O pai não foi atrás do filho porque ele não era coisa nem animal, mas gente, que precisa voltar por vontade própria.). Em cada caso, há uma festa de arromba, isto é, um culto de ação de graças, porque os três perdidos foram achados.

Além disso, é preciso levar em conta a orientação dada por Jesus em favor da busca do que se perde. No Sermão do Monte, ele declara: “Procurem [a coisa perdida] e vocês acharão”.

Esta recomendação está no meio de duas outras: “Peçam e vocês receberão” e “Batam, e a porta será aberta” (Mt 7.7). É tudo muito simples e espiritual! Devemos pedir, e bater à porta, “como se tudo dependesse de Deus”. E sair em busca da coisa perdida “como se tudo dependesse de nós”. Aleluia!

Jefferson Martins – Pastor da Igreja Evangélica de Peruíbe