O “eu não quero” aparece várias vezes na Bíblia. O mais atrevido e mais infeliz está no Evangelho de João. Está escrito: “o Verbo se fez carne e veio para o seu povo, mas eles “não o quiseram”” (Jo 1.11). No final de seu ministério, em sua última viagem a Jerusalém, Jesus sofre muito e chora (Lc 19.41) por ter sido rejeitado. E exclama: “Jerusalém! Jerusalém! Assassina de profetas! Matadora dos mensageiros de Deus! Quantas vezes desejei abraçar seus filhos como a galinha recolhe seus pintinhos debaixo das asas, mas você “não quis”” (Mt 23.37).Que tragédia!
Poucos anos mais tarde, no ano 70, depois de um longo cerco, a cidade foi completamente destruída pelo jovem General Tito (29 anos), aquele que viria a ser imperador de Roma (79 d.C.). Nesta ocasião, o templo ficou em escombros e tanto o sacerdócio como o Sinédrio foram abolidos. Tempos depois, uma cidade romana foi erguida no local e Jerusalém foi considerada lugar proibido para os judeus. Apenas em 1919, quase dois milênios depois, sob a liderança dos oficiais britânicos na Palestina, Jerusalém reconquistou sua posição como capital.
A verdade é que nós muitas vezes “nos convertemos e somos convertidos”. Porém, só nos voltamos para Deus quando somos por Ele voltados. Mesmo se tivermos má vontade ou um desânimo atroz para cessar imediatamente de praticar o mal, podemos apelar para a oração que aparece no penúltimo versículo de Lamentações de Jeremias: “Faze com que voltemos a ti, ó Senhor, sim, faze-nos voltar! Faze com que a nossa vida seja outra vez como era antes!”. (Lm 5.21)
Jefferson Martins – Pastor da Igreja Evangélica de Peruíbe